quarta-feira, 30 de junho de 2010

Fotografia Etnográfica a PB I





Fotografia no âmbito do Workshop de Fotografia Etnográfica (2010) do MEF
Local: Uma casa antiga, algures num monte na Erra, Coruche.

Fotografia: Carlos Muralhas

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Periferias: Da intuição de um corpo que se move através das sombras...

Periferias

No limiar do visível

Da intuição de um corpo que se move através das sombras...


Este projecto foi construído para participar no concurso expositivo no MEF (http://www.mef.pt) com o Tema Periferias (http://periferias.mef.pt). Impresso em papel matte em 127x139cm.


Foi aceite para a exposição que inaugurou hoje (18 Junho) e estará patente até 4 Julho de 2010 no Campo Grande 187.



PERIFERIAS, no limiar do Visível

Título: Da intuição de um corpo que se move através das sombras...


As imagens deste projecto pretendem esconder o detalhe identificativo do particular no objecto fotografado, deixando apenas a distinção das formas para que estes fiquem no limiar do visível.


A periferia colocada aqui na estética da imagem é a fronteira entre o visível e o invisível reduzindo o indivíduo particular ao anonimato.


Tema


Os temas centraram-se em elementos típicos da cidade de Lisboa e na sua relação com o ser humano que a habita. Não se pretendia apresentar um catálogo, ou sequer escolher os considerados mais importantes, mas antes dar um enfoque em alguns elementos simples que pudessem ser apresentados em poucas imagens.

O número de temas que escolhi está intrinsecamente ligado com a forma concebida para a apresentação. Estes foram as linhas de eléctrico, a famosa calçada lisboeta e as passagens de peões. As linhas do eléctrico e a calçada lisboeta foram escolhidos pois considero-os importantes para a identidade da nossa cidade, quanto ao elemento passagem de peões escolhi-o pela referência à relação do humano com a cidade e a sua azáfama.

Para integrar a ligação destes elementos com o factor humano escolhi fotos de pessoa individual, pares de pessoas e de grupos de 3 ou mais pessoas. Sendo assim entre os 3 temas e os 3 agrupamentos diferentes de pessoas o trabalho apresenta 6 temas distintos.


Estética


Para a captura da imagem, procurei obter fotogramas nos limites da visibilidade dos locais e objectos fotografados. Este limite entre o visível e o invisível que pretende transformar o identificável no anónimo, tem sido objecto de uma ampla reflexão por parte de filósofos como Husserl ou Maurice Merleau-Ponty, oude poetas como W. B. Yeats. As reflexões em torno dos limites do conhecimento, bem como as características que se estabelecem na relação entre sujeito e objecto, fazem parte das mais profundas inquietações que habitam o espírito humano.


A figura do ser humano que aparece nestas imagens é ao mesmo tempo identificável como um habitante da cidade e não identificável como um ser individual específico, diferente de todos os outros. Com esta perda de individualidade, que é ao mesmo tempo um ganho da característica de anonimato, pretendi realçar exactamente a periferia dos limites da visibilidade, a ténue linha entre luz e sombra, entre visível e invisível.

Nas entrelinhas das imagens são colocadas algumas frases, pequenas reflexões sobre os limites do visível e do invisível, em várias línguas como forma de espelhar o cosmopolitismo lisboeta.


Forma


Para a apresentação das imagens escolhi a forma de uma Sextina, um poema com 6 sextetos e um terceto.

A sextina possui regras muito específicas a serem utilizadas ao longo das várias estrofes, conseguindo uma métrica entre as 6 palavras finais nos versos de cada estrofe que é muito precisa e ritmada.

Escolhi esta forma para testar a passagem desse ritmo para as imagens associadas aos temas seleccionados. A forma adoptada para fazer a tradução entre as 6 palavras utilizadas da sextina e as imagens deste trabalho foi substituir cada verso por uma imagem, sendo as 6 palavras da sextina os seis temas das imagens.

A escolha de uma forma de poema para apresentação das imagens determina o modo como estas devem ser apresentadas, pois faz sentido que sejam vistas no seu todo. Assim, todo o poema deve ser visível como um conjunto indivisível.

O formato escolhido é uma linha com uma sequência de 6 imagens para cada sexteto, e uma linha final com a sequência de 3 imagens para o terceto. Pretendo, deste modo, conseguir que a métrica e o ritmo impostos pela sextina fiquem visíveis no conjunto das imagens apresentado.


Sextina


A sextina possui regras muito específicas a serem utilizadas ao longo das várias estrofes, conseguindo uma métrica entre as 6 palavras finais nos versos de cada estrofe que é muito precisa e ritmada.

As regras da métrica da sextina indicam que: 1) Nos sextetos cada verso termina com uma palavra, pela ordem 1,2,3,4,5,6. 2) Essas palavras têm sempre de ser utilizadas nos versos do sexteto seguinte na

ordem 6,1,5,2,4,3. 3) Para o terceto final cada verso utiliza duas das 6 palavras, uma a meio do verso

e outra no final, sempre pela ordem em que estas apareceram na primeira estrofe.



O primeiro estudo para o Periferias

Posts com fotos para o Periferias


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Exposição Periferias

Nem dentro nem fora: na periferia. À margem. Quase isso, mas nem tanto. Na fronteira. Na berma. Definindo-se não por si mesmo mas pela proximidade ao outro. Próximo, por oposição ao distante, mas distante, diferente, na relação com o próximo. Ambíguo. Marginal.


UPDATE: Fotos da Exposição (fotos e montagem: Luís Conde)

O MEF (Movimento de Expressão Fotográfica - www.mef.pt) e Oficina da Fotografia / C.M.L. anunciam a Inauguração da Exposição Colectiva do Projecto Periferias, a realizar no dia 18 de Junho às 21 horas, no Campo Grande, no185.


Cerca de 20 autores apresentam vários trabalhos na área da imagem referentes ao tema Periferias, cuja exposição estará patente até ao dia 4 de Julho e será acompanhada da edição de um catálogo.


Mas nada é apenas central. Neste Universo em que tudo se relaciona com tudo, poderá residir nas periferias o nó da comunicação? Este é o tema explorado nestes trabalhos, congregando diversos projectos na área da imagem, numa lógica expositiva conjunta que permita revelar semelhanças e aperceber padrões, lançando as bases de uma reflexão estrutural sobre as nossas acções e públicos, sobre a própria forma de definir, pensar e fazer intervenção social.


Poderá a Imagem, com o seu imenso potencial enquanto representação material de ideias, levar-nos a um distanciamento do tema e ajudar-nos a olhar para ele de outra forma, descobrindo novas dimensões e novas posturas?


De 18 de Junho a 4 de Julho Quarta a Sexta-feira:

das 16h às 20h Sábado e Domingo: das 14h às 20h

Campo Grande, nº185 (perto da Alam. das Universidades)