sábado, 26 de setembro de 2009

Realidade e Percepção



A realidade existe independente e paralela à nossa percepção, ou ao percepcionarmos algo como entendemos fazemos dela realidade?

Se acreditarmos tão veemente em algo, mas esse algo for independente e diferente da crença, como mudar a percepção se o quisermos fazer? E como o fazer se não quisermos? E como saber para o que mudar?

E se essa crença tão veemente estiver em outrém(s), e formos nós a acreditar que a nossa percepção é que é a correcta, como saber que é mesmo? Onde está essa enciclopédia da verdade para ir verificar?

Se não pode haver verificação, comprovação então será que há verdade, ou ela é o que cada um acreditar? Mas como pode uma mesma realidade ser muitas coisas diferentes se a percepção dessa realidade for diferente para cada pessoa que a vir?

Mas então, o que é a realidade?

Pensar nisto é um passo para a loucura? Ou é já a insanidade?

Posso pensar que sei o que sei?

"Só sei que nada sei."
citado por Platão in: "Apologia de Sócrates", o primeiro discurso, 21d

Fotografia e Texto: Carlos Muralhas

terça-feira, 22 de setembro de 2009

40


40? sim, 40. Porquê? Porque sim, porque foi em 1970 e 2010 está já aí.

40? sim, 40. Porquê? Porque sim, diz a cidade a lembrar-me não fosse eu distrair-me, esquecer-me, esconder-me, a cidade a dizer-me, não não te distraias, olha, não vale a pena passares pela vida a olhar para o chão, como se assim ela não passa-se por ti... a cidade a dizer-me.

40? sim, em 2010. Porquê? Porque é um bonito ano, um bonito número, e para mostrar como realmente é bonito a cidade deu-me mais um dia, um bom dia, depois de me ter dito, olha para cima, vê a vida, olha, olha que ela passa por ti... a cidade a dizer-me.

Obrigado cidade.
40? novamente sim, 40 em 2010. Mas Porquê? Ora essa... e porque não?

Fotografia e Texto: Carlos Muralhas

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sempre a Rotina


Vivia numa Rotina que amaldiçoava, todos os dias uma Dança igual. Um
dia, dei o meu grito de independência e saí de Lá.

Tudo era Novidade, tudo era Indistinto, os contornos habituais
desapareciam. A nova Dança parecia-me... estranha? Não, exótica!

Passa o tempo... A Dança ganha dificuldade... Sinto vontade de parar,
para recuperar o fôlego. Mas a Dança não espera por ninguém. E eu
quero saber o que aí vem.

A Dança lança-me um Par. Agora não dá para parar. Vertiginoso
Rodopiar. Mas sinto a Rotina a pesar... Apesar...

Fotografia: Carlos Muralhas - Texto: Llyrnion
Fotos da Peça "Sonhos de Einstein" da Intrépida Trupe, Sessão de Abertura do MITO, 2 Setembro 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

A vida também tem coisas bonitas


It's so easy here with you
Like a walk in the park
Just before dark
Oh it's so easy here with you
Like sun on my face
A bright summer day

You're like a melody
That follows me
And when you go I still hear music constantly
You're like a melody
That follows me
And when you go you're haunting me
You're taunting me

And summer slips to fall, yes it does
Seems no times past at all, no time at all
And summer slips to fall and then it snows
And then I watch you go, watch you go

You're like a melody
That follows me
And when you go I still hear music constantly
You're like a melody
That follows me
And when you go you're haunting me
You're taunting me

Got a feeling 'bout you
Might be nothing new
But time slips by so easily
I hardly try
So don't be sad
I won’t be blue
Cause love will follow, follow you


Fotografia: Carlos Muralhas - Música: Molly Johnson, Melody

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Exposição Colectiva do Mito 2009

Fotografia no âmbito do Workshop de Fotografia de Teatro do MEF (www.mef.pt) para dar cobertura à Mostra de Teatro Internacional de Oeiras (MITO) de 2009.

Está em exposição no Oeiras Park entre 18 de Setembro e meados de Outubro, incluída na exposição colectiva dos alunos do Workshop.

Pode ver mais sobre a exposição aqui, e as fotografias da peça estão aqui.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Apreciação Apreciação


Composição Iluminação Absorção Libertação Atenção Degustação Interiorização Associação Figuração União Execução Violação Alteração Imaginação Alienação Educação Angariação Ludibriação Flutuação Acreditação Habituação Obstrução Adulteração Emancipação Diminuição Adição Construção

Obsessão

Apreciação Apreciação

BrinCADEIRAS

Fotografia e Texto: Carlos Muralhas
Fotos da Peça "BrinCADEIRAS", Ana Pontes, Co-produção Companhia de Actores, MITO, 11 Setembro 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Por onde andei não passei II


Uma Porta Diferente?
Feliz? Contente?
Um Trejeito, uma Dança
Um Convite à Esperança

Uma Porta Diferente
Para quem tiver Ousadia
Para quem encontrar Energia
Para, Dia após Dia,
Nadar contra a Corrente

Uma Porta Diferente?

Uma Diferença aparente?
Uma Diferença ardente?
Uma Diferença atraente?

Uma Porta Diferente?

Em busca de um batente?
Uma luz a Oriente?
Ou uma Estrela cadente?
Talvez apenas carente...?

Talvez eu me sinta crente

Fotografia: Carlos Muralhas - Texto: Llyrnion

domingo, 13 de setembro de 2009

Por onde andei não passei I


Abri as primeiras Portas
Com a Emoção do Desafio
E o Prazer da Descoberta
Ou apenas para ver
Uma Porta Aberta


Depois...
Alarguei Horizontes
E perdi Inocências
E as Portas ganharam
Outras Aparências...

Cada vez mais Iguais


E criaram Regras
E Procedimentos
Para Standardizar
Todos os Momentos...

Cada vez mais Iguais

E nasceram Obstáculos
Que foram crescendo
Até que, por fim,
Com o passar do Tempo,
Perdi a Vontade de abrir mais

Cada vez mais Iguais
Cada vez mais Iguais

Fotografia: Carlos Muralhas - Texto: Llyrnion

Terra dos Imaginadores


Peça "Terra dos Imaginadores", integrada na Mostra Internacional de Teatro de Oeiras (MITO) de 2009.

A Terra dos Imaginadores
Próxima Estação Associação Cultural

A Terra dos Imaginadores é um espectáculo-oficina onde as crianças têm um papel activo no desenrolar da história.
Esta é uma narrativa visual que cria um espaço poético que personifica as grandes questões da actualidade: a justiça, a liberdade, o direito à diferença, o poder e a solidão.

6 e 12 de Setembro
LOCAL E HORA
CARNAXIDE_
16:00
ASSOCIAÇÃO MORADORES 18 MAIO I OUTURELA

13 de Setembro
LOCAL E HORA
PORTO SALVO_
16:00
CENTRO DE CONVIVIO BAIRRO DOS NAVEGADORES

Ficha Artística e Técnica

A terra dos imaginadores a partir de um conto de Joana Patrício

Concepção e interpretação - Cláudia Andrade e Maria de Vasconcelos
Espaço sonoro - Fernando Mota
Espaço cénico - Joana Patrício
Fotografia de cena - Tânia Araújo e Luís Rocha

Co-produção - CPA (centro de pedagogia e animação do CCB)
Produção - Próxima Estação associação cultural

Fotografia: Carlos Muralhas

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Se de um sonho se tratasse


Se de um sonho se tratasse
Não era preciso saber, contar, lembrar,
justificar como não perceber, não entender, não ver...
...e mesmo assim acreditar.

Fotografia e Texto: Carlos Muralhas
Fotos da Peça "Sonhos de Einstein" da Intrépida Trupe, Sessão de Abertura do MITO, 2 Setembro 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Não é por viver que eu vivo, que eu vivo


Não é por viver que eu vivo, que eu vivo
Suicidado, refém de errante invólucro
Que me leva e me traz escravo e, oh, lucro
Nenhum de levar biga sem motivo
A um circo que fechou! Que fazer, pois,
Quando o auriga corcel não tem que o valhe,
Quando a corrida falha num detalhe
Que é não haver corrida, sequer dois!
Pudesse dar-me um sono, um descanso,
Mas embutado falha-me o alfange
E a carne esquiva, fraca rima, foge,
Ah, se um dia mais a jeito me apanho!

Na ideia não me vivo, sou um estranho
Nativo de outra ideia, meu remanso.

Texto: Daniel Jonas, "Não é por viver que eu vivo, que eu vivo", in Sonótono, Lisboa, Cotovia, 2007, p.32

Fotografia: Carlos Muralhas
Fotos da Peça "Sonhos de Einstein" da Intrépida Trupe, Sessão de Abertura do MITO, 2 Setembro 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Aiming for the impossible


Osman was tireless. Hour after hour, he swung on his trapeze, performed twists, turns and somersaults. Every week he rigged his platform higher up in the cone to give himself more space and more time in the air. He was training for the quadruple - "the impossible".

Texto: moris farhi, "A wrestling man", in Young Turk, London, SAQI, 2005, p.208

Fotografia: Carlos Muralhas
Fotos da Peça "Sonhos de Einstein" da Intrépida Trupe, Sessão de Abertura do MITO, 2 Setembro 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sozinho

Não vou acreditar, se te disser adeus, se na brisa quente de verão desaparecer o toque da tua mão.

Vou procurar, vou encontrar, quando me sentir sozinho, porque tudo existe aqui, quando na efémere satisfação dos sentidos estiver em negação, porque a conquista do agir e acreditar é a saciação.

Fotografia e Texto: Carlos Muralhas
Fotos da Peça "Sonhos de Einstein" da Intrépida Trupe, Sessão de Abertura do MITO, 2 Setembro 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Perspectivas I


De nada serve olhar,
se não se entende que o azul, o amarelo ou o vermelho são vistos de modo diferente por toda a gente, se não se sabe que a natureza, a terra e o mar pertencem a todos os seres que nos acompanham.

De nada serve olhar se não se compreende,
se não se dignifica o valor, a riqueza e o ganho dessa diferença, se não se aceita o humanismo, a bondade e a beleza dessa partilha.

De nada serve olhar se não se quer aprender,
De nada serve viver.

Fotografia e Texto: Carlos Muralhas