Nova morada :)

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Até breve.

Carlos Muralhas

Estive na Cidade III

A cidade, a noite e tu

Todas nuas nos meus braços
a cidade, a noite e tu
A vossa claridade ilumina-me o rosto
e há ainda o perfume dos vossos cabelos.
A quem pertence este coração que bate?
acima do murmúrio das nossas respirações palpitantes
será a tua voz, a da cidade, a da noite
ou a minha?
Onde acaba a noite, onde começa a cidade
Onde acaba a cidade, onde começas tu
onde está o meu fim, onde está o meu princípio?

Fotografia: Carlos Muralhas - Texto: Hâzim Hikmet

Ruínas de outros tempos

Antiga Fábrica de Gelo do Ginjal, está ao completo abandono, mas ainda assim vai sendo uma tela para alguns artistas de Graffiti interessantes.

Esta fábrica estava integrada nas estruturas do estaleiro naval de Olho de Boi, que iniciou a sua actividade cerca de 1920. Este estaleiro chegou a ser um dos mais importantes neste país. Foi nacionalizado em 1976 mas extinto poucos anos depois.

Este estaleiro e as suas estruturas pertenciam à antiga Companhia Portuguesa de Pesca (C.P.P.) e situam-se junto ao rio Tejo e virado para Lisboa.

O estaleiro foi criado para fazer face à reparação e manutenção a cerca de 20 navios que compunham a frota de pesca de alto mar da C.P.P., e chegou a empregar mais de 300 trabalhadores, distribuídos por sectores como electricidade, mecânica, carpintaria, caldeiraria, fundição, fábrica de gelo, decapagem e pintura, soldadura, etc. Existiam ainda instalações sociais como um bairro social para trabalhadores, refeitório e clube recreativo e cultural.

As construções que ainda hoje são visíveis no sítio do Olho de Boi, são uma importante memória histórica, no entanto estão ao abandono e em avançado estado de degradação.

Fotografia: Carlos Muralhas